quinta-feira, 8 de abril de 2010

Contornos

Contornos
Riscos mal feitos
Sobre um corpo perfeito
Rabiscos
Rascunhos
Desenhos
Esboços
Nas tentativas de aperfeiçoar-me
Perco os encalços sem medo
De tremer
De borrar
De ter que voltar
Ao início
Ao princípio
Ao começo
E de que ponto partir?

Para onde olhos vêem
Linhas ausentes
Traços
Bordas
E no entorno
Entorto-me para contorná-lo
Para preenchê-lo

Qual cor usar?
E das tintas tantas cores
E das cores tantas flores
Para compor um quadro
E sentar-me ao lado
Admirando
Embasbacado
Enaltecido
Lisonjeado
Da tamanha beleza
Que só agora vejo
Pintada frente a mim
Em nuances leves
Onde te colocar?
Num jardim?
Emoldurar ou não?

Um certo ao certo nem mesmo sei
Fato simples, é que doei.
Doei vontade
Doei saudade
E tudo isso numa obra
Original
Sem igual
Num visual que impressiona
E aciona os sentidos
Libido
Desejo
Aguçando a alma
Entrelaçando os dedos
Ao redor do pincel
Que não mais te larga
Que só então te afaga
Com pressa
Com calma
Pausas, espasmos e surtos.
Traumas, fantasmas e sustos.
Passado, presente e futuro.
Tudo agora sem demora
Criatividade em vigor
E a finalidade? Fervor
Alegria em finalizar e expor

Mais uma obra prima
E de todas a mais grandiosa
Que agora não só eu admiro
Mas as paredes da casa
Os tapetes da sala

Tudo está diretamente ligado a você
Que agora como centro das atenções
Rouba minha coragem
E a entrega nas mãos de quem diante de ti
Enxerga em seus olhos pintados
Minha felicidade enquadrada.

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